Lastro espúrio, estalão desmoronando
como areia desenraizada
tolo ouro olho da quilha avara
de um diamante marinho
cemitério de náufragos brilhos
contemple antes que estrelas pereçam
e egos idólatras todos congelem.
Assista demoronar impérios, bananas repúblicas
erguer seus mangarás orgulhosos, muros imperar
sobre esbugalhados olhos
reine cruel noite alimentando insônia . com
sua sânie até insânia insone insinuar-se do olhar
desembarque incômoda armada de cílios enlouquecidos
contêineres de prata das pálpebras cansadas desate.
Sobre leitos de alados espinhos (em pose de ataúde)
expulsos das rosas dos jardins da vigília
cláusulas absurdas estipule, eleja
avaro fórum da manhã que dirima tonturas
noite caudalosa com impiedade longa
devaste olhos, atravesse horas
baias, nebulosas, medulas
meadas, medusas, luz crua
crucifique sanhas acordadas.
Insônia vele sobre leitos
e cansaços de declive adormeça
não corrompa moedas e fármacos
rúpias de carneiros atraçoie
lápides clareie com sol das veias.
Aritmético progresso desola, esventra
madrugadas de usuras, amplia lamentos. Devora.
Insônia é carnívora capitalista Impiedaosa
não larga olhos até a alba
abertos os entrega à náusea
do dia seguinte impenitente calendário abre a veia.
Clamor de clausura sufoca em nome do escuro
evoca indústria de treva, manicômio
moendo pestanas, usina
destroçando pupilas, teutos tanques
esmagando gramas com esteiras titubeando
traz à tona verdades indormidas
indossadas mentiras, voragem, ferrugem
até que índices catastróficos movam sonos bursáteis.
(para o deficit do olhar)