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Qui, Abr

destaques
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Hino da noite á luz nua da lua, velado o nome 
e a voz a ti devida desmascara a vida
retine metal dos vocábulos, demole ecos do caos
e vazios, alveje anjos a luz, de tinta 


ébria e trágica colora a alma 
estripe dores, degole estribos, decapite forjas, martelos amordace 
e escórias despedace, acorrente cinzas e certezas da correnteza
das crateras vinho uive borbulhando as bocas
percuta dente a dente, gota a gota 
o mércúrio da alma.

Cifre-se tarde ébria num rótulo de vodka
Finlandia (vodka de cevada de sete fileiras, fecundada
pelo sol da meia-noite, com água de degelo 
da primavera do polo norte de que me embriago)
hieroglife a vida num verso
duma cerveja gélida, dum resto
de riso num rosto, da moça que passa 
ao longo da grade baixa, viva-se do viço dela.

Evitar viver não é vital, o vácuo precariza a vida.

 

Murilo Gun

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