Dobrou o cabo do desespero
(esse nauta sem sentido ou norte)
esperou trovões vãos
ao vazio de si VCA se transmudou
indolente e fartamente.
Perfurou o arco-íris da lauda
(em busca de alguma palha ou agulha
não de rima, mas de poema).
À cata do sentido, VCA
vergou o iodo do delírio
(o lírio da palavra
o lodo da vida).
Mar dos teus olhos sorvo
das suas águas imerjo em mim
oceanos de alegrias intensa e obscena
me corroem, corrompem, libertam
me alumia volúpia de ter-se
para ser-me.
Dentro da sombra nu sou. Claridade curva.
Anêmona bela achei no mar da fala úmida da poesia.
E na vida do poema aprendi:
pode-se ultrapassar a liberdade.
O verbo é ser. Poesia, réstia do futuro.