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Poesia absoluta é fruto das emissões de átomos verbais ao léu da alma ou da página (jogados como elétrons orbitando o início).

            O digno ingrediente não em clássica versificação para estruturação do poema absoluto é a quantização verbal através do leitor dos átomos das palavras (tória usina verbal) para obtenção de reações sintagmáticas na lauda interior (qual a alma).

            O crítico é o especialista espectral no comportamento dos átomos da palavra (em que as cargas de significação sejam instáveis).

            O poeta ao emitir a onda de palavras no mar da página de espiralado núcleo cria frequências verbais incomuns séries de versos ou termos chamados poemas. Daí ser vital ao poema novo o fracasso bilac das teorias clássicas incapazes de descreverem átomos de palavras viciadas que são em galáxias de estrofes corretas. Dar a inaplicabilidade irrestrita das leis de versificação clássicas ao poema absoluto. A significação quântica do verso radiando contrariava o clássico significado, daí a radical ruptura-parto do poema absoluto.

            A beleza interior do poema absoluto supera sais do sol e frases de luas. O poema é feito de átomos de palavras, não de versos rimados e exatos (exaustos).

            Os sentidos dos poemas absolutos não são mais presa de estrofes regulares não mais súditos de órbitas bilac, porém pularão nas páginas como balés de verbo ou espiralado frevo. Há partículas de poesia, não versos. Ondas de sentido, não informações travestidas de mensagens bem comportadas, em pilotis de confissões (inconfísseis) edificadas. De cumes e vales é o poema irrepetido e sucessivo simultaneamente ao ínfimo. Poema de muito ou pouco sentido aberto é o absoluto (uma opera aperta) que gira em torno da oca órbita do significado.

            O comportamento do sentido (não mais mecânico) é algo vital ao critico não relativo determinar, pois sentidos são moléculas instáveis dos átomos de palavras que é poema (ponte entre substância e verbo). O sentido absoluto da poesia não é (nem pode ser) acessível à percepção imediata do leitor, sob pena de prevalecer a aparência e predominar a ilusão de sentido que gera a domação da palavra. Frente à multiplicidade de sentidos que o poema absoluto cria, a experiência crítica é inócua, a não ser que o espírito rimbaldiano desça (e de um súbito em diante o verbo mude).

Murilo Gun

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