O silêncio é sânscrito e jaz num poço saciado de estrelas cegas como moléculas de luz que o incessante rio do tempo aduba, rega, sega.
Pelo silêncio viro (ou vejo) o ego ao avesso e fujo da transparência dominadora da aparência das coisas e dos homens atados ao jângal dos ordenamentos irremovíveis, escapando ao rés do chão, pelas margens da vida as essências atrozes. Assim torna-se cego o reino terreno, não se vê a verdade da pedra ou o fogo do vulcão mais íntimo. A humanidade é menor que o mundo: essa é a realidade verdadeira. Sem o saber ou o sabor das cores reais do caos nada seremos.
Nada que reja o poema é útil ao poeta, pois as regras são vendas e as convenções mordaças. Só o sólido vazio é. O pleno é ambíguo ou falso.