Ponte interditada, passagem remota e efêmera.
Istmo obcecado entre passado e presente.
Cabo (de paz e guerra) para a foz do futuro.
Porto de chegada ao nada (pois a vida
é nau sepulta). E na loteria de Deus
O prêmio é a eternidade.
O tempo é um velho (com um cajado de escória)
que roda a girar do passado ao futuro
passando pelo presente (inconsciente).
Sem direito a eterno estorno.
A fração do tempo imprópria.
Sua contabilidade dolosa. Sua finalidade:
Nada.
O corte do tempo é esquizofrênico
da guilhotina de Cronos ninguém escapa.
Nem Saturno – e sua fome familiar.
O tempo é inelutável (e trágico).