Venenosos incensos esparges na pele e olhos da alma
de Lídia, colhes síncopes, hematomas íntimos intentas
e com mosaico de uivos constróis inteiros
portos de delírio onde atracaram balsas do desespero.
Teu rosto é pasto de máscaras, urdume de dores diárias
derivadas da desordem do mundo e do fumo elevado das coivaras.
Teu tempo cortam-no ampulhetas áridas, horas feridas
e cimitarras afiadas dirigidas a infiéis gargantas.
Da cova do dia grito ecoa pássaros
manhãs se enforcam, afundam-se sonhos antigos
e a eternidade se vai pelos ralos noturnos.
Os dedos níveos da aurora rasgam o coração
das coisas inocentes, o véu nupcial das nuvens
a copa tutora das árvores, tudo é bálsamo inútil
para os olhos, ilusão do coração.
ADENDO DESNECESSÁRIO
(Se o romantismo nunca existiu
por que poemas tão banais atiçando-o?