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Qui, Abr

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DEDICATÓRIA VITAL

à atenta loucura dos homens partidos

a momentos de náuseas e carnívora ansiedade

à poesia, essa selvagem fábrica de metáforas.

 

Poeta apenas assalta palavras para salvar a alma.

Ou alguma ideia de náusea.

Para poeta, palavras constituem a única realidade possível.

 

 Poesia e filosofia (não) são (dizem) a mesma coisa

com estilo e cautelas diferentes.

 

“A escritura não tem um fim em si mesma

porque a vida não é algo pessoal”. Parnet

 

O poema, antes de ser representação ou pário jogo  

é objeto. Antes de ser prazer, é abjeto.

 

Perfeito lance de dados

mallarmaicos demole ou confirma

o acaso.

 

Homem imita o Homem, eis a sua perdição,

o seu inferno mimético incurável.

 

A incerteza do significado eleva

à condição de linguagem dos fatos a poesia.

 

Quem furtou cálices

dos lábios da náusea dominical

 

quem fez fulgir o abandono em mim?

 

Quem não me encontrou em si.

 

A quem devo o retorno do vômito?

 

Talvez a ninguém. Ou a uma boca nômade.

Murilo Gun

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