Escrevi ontem um poema alcoviteiro.
Estava em desuso e a barba parecia duas navalhas cegas.
Estava me discriminando muito e me acotovelei
num ângulo... felizmente era um ângulo de outubro.
E o orvalho havia enlouquecido. A relva... porém
tinha forma de crucifixo.
Mudando de trapézio em meio à luta
da geometria bêbada com uma aresta estulta
confesso que costumo roubar crepúsculos
e moedas de lua velha (de prata encarquilhada).
Dentre meus irredimíveis crimes está o dia de
proteger moças viciadas em roubar livros e
metê-los, ensacá-los nas minhas sacolas.
Tal sacada sobra pro poeta gentilizado.
Amanhã vou roubar um espelho com sol dentro
e dois simulacro de esmeralda distraída
além de um turbante e uma chávena.