Rosa de pedra, seiva endurecida (falo de gnaise)
rosa de basalto profunda de pétalas ruprestes
as frágeis veias do cálice
nascentes como luas do pólen
por faminto céu devoradas.
Pássaro e gusano
fulgor que aniquile olhos
cinza ressurecta
fogo sincero e célebre
da pedra do Cáucaso brotado
do fígado íntimo de abutre
pedradrummondiana
lua de opala lenta
todos os círculos do silêncio
todos os cárceres da colmeia
ao lume pétreo do olhar
a nudez obscena do luar
pão tornado pedra
uivo da uva animal
música de pedra empedernida
favo de sons adernado
(entre azuis enterrados)
com o urdimbre do dobre).