Sobre tua tumba vital
nem corvo quer pousar.
Que cipreste aplauda
tua vã sombra
Sobre tua tumba vital
nem corvo quer pousar.
Que cipreste aplauda
tua vã sombra
Enterrado na eternidade.
Só a morte é eterna.
Óleos extremos (e santos)
da unção da palavra bônus
V. não é poeta, falo de V., o de único-conto que morreu ontem
e de seu oco-cântico, do seu canto estreito via
pela qual lhe lançou o mundo bastas ilusões perdidas
crenças assimétricas, visões rebuscadas em uísques baratos
minérios desbotados da memória, cinzas sem ressurreição
Lua fria, ctônica, campestre
de pedra interplanetária, irmã esma
lasca de terra, seixo que rola, rocha flutuante
barro redondo que me roía a alma (levante do desejo)
Há uma licor de palavras
cheio de lumes e seivas
repleto de olhos de estrelas
num cálice azul dormindo
De quando vieram as quimeras?
E os surdos decretos da ilusão donde brotaram
e quem levianamente os promulgou?
(Assim o coração com alegria sancionou
O inacabamento (a fragmentação
polícroma e recrudescedora) do poema
é vital e decorre de que só se escreve
um poema (absoluto) que continua.
Van Google e suas telas, sítios, espúrios cristais
girassóis de pixels brotando das glebas do brilho
futuro aprisionado em monitores potentes
hagadês e hagadês deslumbrados
A edição princeps de minha obra incompleta
não saiu do prelo, ficou presa, imprensada
na moenda tinta. Prelos se desentenderam
Creio em geometrias moribundas
esculturas de sarças fumegando
ladainhas de urze sarracena
creio em ditame de baunilha, rima de abelha