a Alejandra Arce
À medida que sol adense, verticaliza sombras.
À medida que o sal avance, a veia cresce, mesmo intumesce
Pátios inclinados como o céu
a Alejandra Arce
À medida que sol adense, verticaliza sombras.
À medida que o sal avance, a veia cresce, mesmo intumesce
Pátios inclinados como o céu
Asseverar à veia, abrí-la
à passagem dos inocentes ateromas.
Seu comboio desastroso e entupidor.
Declarar a inabilidade do escuro proibida.
Resolvera entrar para hostes pigmeias. Com sua altura, reinaria sobre um bom número tempo suficiente para ser.
(Como o tempo, a montanha ou a colina)
O poeta nunca sabe se o poema terminou. Não há como fazê-lo. O poema é inacabado por definição. Conclusiva, só a prosa... que, para não ser redundante, repetitiva, esnobe e dura, exige arte sobretudo.
Inflamado de abandono (de feérica podridão assolado)
cadáver da palavra se estiola na campa dicionária
(velório de sílabas, urros lassos, à vela da sintaxe iluminados).
Assim é o poema velho granito de escatologia prática.
Segundo uma íntima e dolorosa amiga, a estulta a secretíssima Madame Mória, minha formosa vizinha da vida, velhos, como eu e tu, cara leitora, temos uma opção: esquecer o que e o quem somos ou fomos, e voltar à infância, meigo retorno.
O poema é e não é.
Os cavalos trotam pelas ruas (veia páramo).
Os cabelos trotam pelas cabeças (calva hara).
As almas trotam pelos corpos. Sob guia de desejo.
à paciência dos dias
E a rua veia e mim
veia de mim vida
vinda de mim.
Pássaros octaédricos escaparam do púlpito e pousaram nos balaústres silenciosos de dezembro, que adereçavam o tempo. A escadaria monacal em poses oblíquas contemplando a relva esculpida ao rés do chão sagrado.
Poesia não verifica ou esclarece fatos.
Função específica e privativa da prosa.
Ou da filosofia, quiçá.