Poema a modo de verdade
com alicerce apodítico em riste
apontando ao céu da palavra
à maneira de veloz arquitetura
Poema a modo de verdade
com alicerce apodítico em riste
apontando ao céu da palavra
à maneira de veloz arquitetura
Hínico, quântico teu nome
acantonado num jardim púbico
enrodilhado de pentelho azul
como uma floresta natal
Eu, Vital, e Generoso, Rogério, somos adeptos fanáticos (e de quatro) de Rimbaud, aprendizes eternos desse mago do verbo, de cuja alquimia bebemos, taça de palavras, lautos cálices de metáforas que nos sorvem, de cujo trago nos embriagamos como gambás ou místicos ante brinde de ascese tão sublime.
A poesia reside no uso alternado do signo verbal, de modo a destacar o significante, a palavra, pois o poema é nada menos do que um objeto de palavras. Que não tem, por finalidade ou objeto, tema, comunicação corrente, ditado de algo, ditame da alma. É o verbo, que é de barro, para o poeta absoluto.
Em algum amanhecer vi a rosa e o pássaro
sobre o asfalto da alma enrodilhados
caracol a olhar a alvorada do mar
vi numa manhã qualquer
Paulo Melo é um poeta defensor da natureza. Ou seja, sua natureza humana é autêntica e consequente, à diferença de bilhões de outros, totalmente inconscientes de que o meio natural que habitam, de que somos egressos e que é a garantia da vida humana deve ser preservado acima de quaisquer condições.
O poeta dá voz ao outro (quer seja o seu id ou o do leitor).
Dialogue com seu id. Não o deixe
só monologando dramaticamente como o de Molly.
Tudo o que digo (poeticamente), nele habita o outro.
O poema absoluto, em termos de significado, em face dos significantes que espalha na página, oferece, aos olhos leitores e à mente de quem os percorra, um movimento em ziguezague.
Vital Corrêa de Araújo
A tormentosa personalidade de James Joyce, autor do romance mais importante do século 20 – Ulisses, e os graves impulsos que moveram sua alma vieram à tona da realidade, em 1992, com a abertura ao público das cartas, que permaneceram em quarentena por 50 anos, relativas ao seu caso íntimo com sua filha Lucía Joyce.
Não permita leitor
que a poesia o colonize
ou impeça a morte.
Não se derrote. Vença o poema.