Separar o poeta do leitor ou do não poeta
é difícil, porém necessário.
O poema começa finito, relativo
situado, datado... e vai além
Separar o poeta do leitor ou do não poeta
é difícil, porém necessário.
O poema começa finito, relativo
situado, datado... e vai além
Já luz prolixo ocaso
dorme o páramo montanhoso sono
pesadelo do prado para
maçãs já sonham
A resultante da filosofia americana do século XX, a vertente pragmatista, que privilegia o senso comum, a vida prática, a ação técnica, marcada pela reflexão sobre o poder das crenças, da fé, e pela vontade de elaborar e estimular hábitos de racionalidade,
“Eu anotava silêncios (passeando pelo acaso).
Noites e sensações cinzentas, fixava (no ocaso).
O inexprimível fixo levava ao íntimo. Agarrava as vertigens com ardor”.
De Alquimia do verbo/Rimbaud
Cláudio Veras (Heidelberg)
Combato, de modo renhido e extremo, a ilusão de representatividade clássica, da representação do homem, da sociedade, da vida, do ser via poética.
Cláudio Veras
Paul Éluard (o primeiro marido de Gala, a musa de Dali), que casou com Nush, a bela divina, um dos maiores poetas da liberdade e do surrealismo, finda o seu poema Morrer com os versos:
Cabedal de luzes, abdul de cinzas
esses lentos círculos prologando abismos
concuspiscentes e carnívoras carolas puras
tribos de esmeraldas, dádiva de diamantes
Vital Corrêa de Araújo
Ao considerarmos as coisas, os acontecimentos (objetivos e pessoais, externos e íntimos) como naturais (o mundo é assim mesmo, isso tinha de acontecer, entregue a Deus),
Do páramo donde me despeço da tarde
avisto todo o ocaso, suas nostalgias
e trêmulas cores debulham como milhos
cones vermelhos no céu distante irresistível colho
a Cioran, o gênio romeno gaulês
Sonho com concílios de tílias
em calientes assembleias de chávenas
nas núpcias das madrepérolas da alma.