Nos haréns de vime busco êxtases
delírios de palha, paraísos rápidos
Nos bazares espúrios procuro
árabes frenesis, vertigens orientais
odaliscas nuas, ventre de madrigais
Nos haréns de vime busco êxtases
delírios de palha, paraísos rápidos
Nos bazares espúrios procuro
árabes frenesis, vertigens orientais
odaliscas nuas, ventre de madrigais
Quando, onde, por quê te escrevo
leitora avulsa pré-hipócrita
o quando em que te procuro os olhos
o onde não estive por ti
Fujo dos temas como das rimas
como o verso libertando-o de mim.
Arame farpando o silêncio do coração
azul metilene e robusta magenta
Os brincos de Ganimedes são ásperos
e o túmulo da água grega excele.
Ao sátiro de ouro do relicário de Tarento.
Todo o volume da soberbia exposto. A oiças civis.
Maria Cristina Cavalcanti de Albuquerque)
(à Senhora do Labirinto
O labirinto, sua vertiginosa geometria
inebriantes meandros, câmaras insondáveis (e argutas)
Vasos de fogo do céu caiam
como sinos náufragos
sobre linhos consúteis construíam
trajes nômades de linhas cruzadas
Não me fale da vontade da palavra.
Ela vale tudo o que não seja mesmo nada.
Absoluto, é poema destituído de nervos
sintáticos ou não.
Dactilando calmamente numa tarde surda
à margem de uma revolução de pejo
do cio vespertino colhendo âmbar espanto
do andamento gozoso da sílaba rebelde
Após dar galopes a cavalo
agilidade à lebre
cornos rijos a touros (mansos ou não)
(a potros rapidez macia)
Para Zizek, o superego que imperava na sociedade ocidental que pressionava pela qualidade das pessoas para ser bom cidadão, cumpridor, respeitador, capaz de dar a vida pelo país etc, não existe mais, mudou.