Não me entendam, por favor.
Se não me entedio.
Meus poemas não são pour épater... e nada mais.
Ou menos, tanto faz.
Não me entendam, por favor.
Se não me entedio.
Meus poemas não são pour épater... e nada mais.
Ou menos, tanto faz.
Te amo como se aves fossem nuvens
ou céu intenso pássaro inapreensível
e o horizonte poleiro de luas emplumadas
Alberto Lins Caldas Poesia não é música, harmonia ou melodia, – não é canção, não é ritmo, cadência ou compasso, – não é tradição, não é costume, – não é língua nem linguagem,
a Cioran, o gênio romeno gaulês
Sonho com concílios de tílias
em calientes assembleias de chávenas
Leveduras de ser, vargens, vozes, veludos
vozerio de gafanhoto e navio
primaveras adiadas, lacustres andorinhas
A Nox
Que excremento medre
brote penúria
dia morra a noite enlouqueça
Lua fria, ctônica, campestre
de pedra interplanetária, irmã esma
lasca de terra, seixo que rola, rocha flutuante
não é poeta, falo de V., o de único-conto que morreu ontem
e de seu oco-cântico, do seu canto estreito via
pela qual lhe lançou o mundo bastas ilusões perdidas
crenças assimétricas, visões rebuscadas em uísques baratos
O poema pode constituir, abranger, ser
uma mera e simples parcialidade
algo intranscendente que vele o real
A palavra quer viver
sempre livre (em puro mênstruo de ser fruto divino)
fora dos dicionários, presa dos sentidos claros
dentro do poema, solta, alvo da metáfora