À luz de féretros calmos apodero-me
de uivos físseis pias volúpias
feridas púrpuras, vaticanos noturnos
À luz de féretros calmos apodero-me
de uivos físseis pias volúpias
feridas púrpuras, vaticanos noturnos
Súbito estanco esta crônica, que manuscrevo de minha escrivaninha de cedro do Mosteiro
1.A irrupção de expressões prosaicas no verso
que se inicia com Victor Hugo e Baudelaire
e a adoção do verso livre e do poema em prosa
Tu que vens de longe, do íntimo das tardes
das oficinas do entardecer
tu que vens de invernos turvos
A quem pergunte meu nome diga
dele resistem algumas sílabas
silêncio o aroma.
Baudelaire tinha o profundo sentimento de que o horror de viver não pode ser consolado pela morte nem substituído pela glória de ter algo.
Papa roga praga?
Pestilência náusea causa?
Sonhas escrever um livro sem numeração? (Sonho).
A peleja com o anjo
se dá no ringue da página
teatro onde as letras
Frágeis sigilos elabora
em sua convulsa arquitetura
(que no silêncio flutua
Árduos códigos, exegese fria.
Pútrida hermenêutica os engolfam.
Mandamentos perderam dez vezes a validade.