Em Babilônia vi
Nabucodonosor gesticulando
muito (e os generais preocupados
com a campanha da Babilônia).
Ela praticava latim, piano, musculação
toda quinta-feira depois do expediente
na ala mais grave da clínica esquizofrênica
e nunca perdia o mau-humor.
Era sincera, autêntica, pesarosa sempre.
Considero o céu, sou aritmético com luneta
(e apaixonado por estrelas).
Mortos não usam mais sobrecasaca
enterram-se com camiseta pálida
(que nem cobre a alma).
Nem se olham no espelho
ou sentem o coração
(latindo por um final feliz).
Sumiram da vida, devolveram o sopro
que receberam gratuitamente
e usaram muito mal mesmo
levando a vida a uma rota sem saída
desperdiçando tanto alento para nada.
(E Deus é que é estelionatário?).