Procure no poema sentidos cutâneos
(que encontrarás, sob as unhas do verbo).
Ou orvalho de aço surdo encontrarás.
Gozos como punhais, agudos orgasmos do verbo.
Poemas enterrados nos cones do tempo
eu nas covas dos pássaros permanecem.
Como se sobrevoassem primaveras.
A rosa levanta seus dedos homéricos
sujo de pétalas e aurora o mundo
devora essências fáceis e cardos ou missais
e orna dores de Cristo que caem
do mais alto patíbulo. E adoram gangrenas.
Frauta de vértebras grega na página
em decúbito ventral absoluto
e circulo de som poema rural.