Baronesas cruzam
em procissões flutuantes
pomposo cerimonial
sob guante do verde
em lenta navegação pianíssima
todo o mar do lago matinal
até que as âncoras
do crepúsculo as sustenham
ou no cais dos olhos se estraçalhem
à força do ocidente tenaz
vogam greda afora noite adentro
até que aurora arrebente
grades noturnas e liberte
as baronesas do açude
(de Apipucos).
Do bar poético Porto Verde (sugestão de VCA)
com Edgard Powell e
outros poetas bêbados - 1996