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Ter, Abr

destaques
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O sublime é imortal

Sobre cadáver de bálsamo

pedras de pranto derrames

lume deites dum vaso d’aroma noturno

com desejos de incêndio untes

sal de antúrio

com ânsias de lince

rondes coração escuro mas

não desistas do nome em prol do trânsito

alma entregues a caprichos do id

sintas culpa do corpo, pecados bebas a copos

gota de cânhamo asperjas

deixes que uive a linhagem

(nunca esqueças que da palavra veio o mundo

e Deus é o veio do verbo que modelas).

 

Oceano Atlântico, 2010

(à beira da Mauritânia)

 

(poema recomposto num cais de Funchal

ante lençóis de bacalhaus pequenos

estendidos em fileiras nuas marítimas

após três tragos e meio de absinto luso

(a 80 graus) e uma poncha).

Murilo Gun

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