À luz rápida das hélices
diviso a palavra pousando no poema
e ouço nítido como o inferno cônico
seus gritos helicoidais
garatujados na lauda mecânica
e o pouso se arrastando
pela ponta (pista) dos dedos
parece o dilúvio
se preparando para acabar
a última página do mundo.
apuro as sílabas
na amurado do último barco esculpidas
e a água urrando na popa redonda.
Os olhos de Deus de vigia
o tumulto aumentam pois
Suas pálpebras são como as asas
da tormenta.