A oeste do paraíso, está a náusea
vigem subterfúgios, salamaleques balançam
e relógios vomitam horas ímpias e dolosas
A oeste do paraíso, está a náusea
vigem subterfúgios, salamaleques balançam
e relógios vomitam horas ímpias e dolosas
Sob céu escuro
atravessado de luzes enfermas
a noite assume ar prostituído
Paisagem de ulisses sonâmbulos
perdidos nos desvãos dos mares
distantes da ilha natal chorando
Ao brusco e sádico modo
de viver do século vinte
e agonizante busco
O único diálogo socrático
que tem por cenário o campo
ocorre quando Platão encontra
O simulacro de Helena seguiu
a jusante do Escamandro
dez anos de sangue alvejaram
Desde que Rimbaud, com o demônio de seus sintagmas, chocou o pensamento lógico enlouquecido pelos “fósforos cantores”,
Senhora do labirinto, autora de meu destino
doadora da chaga e sofrimento da vida
ventre do qual vim egresso para trânsito do dia
De amoníaco é o poema
É a taça conteúdo da alma sulforosa
continente do ouro espiritual
Palavras foram feitas para ocultarem
não para revelarem um pouco o nu das coisas.