Seria o meu coração de areia (título de uma coleção de poemas já publicada – FUNDARPE)?
Nunca se sabe o que há no coração, do que ele é capaz (ou incapaz). Então, por que confiar nele?
Os impulsos do coração são frágeis e insinceros. Fortes, conseqüentes, verdadeiros são os
impulsos do desejo, como bem o mestre Jomard já provou.
E os usei bem. Esses poemas são frutos do desejo, e da pena ou da pele (e não da alma).
O equilíbrio está muito além da palavra que o quite (ou sagre).
O fio do êxito fácil cortei, parca velha e sábia.
No espaço débil e das janelas vertiginosas do sonho me despenhei, atirando-me aos
intricados hospícios azuis das palavras, precipitando em mim os precipícios de sintagmas
vertiginosos e devoradores como o Desejo.
Para satisfazer os mais turvos desses desejos fui até o poema.
E esse Bando de Mônadas solto ao mundo.