Há melindres, no codiário do acaso?
Há madames bêbadas de absintos e sábados
há comendas de dilúvios e tâmaras bastardas brotando
há belos buquês de sífilis ornando a dor
nas blasfemas esquinas do ocaso bibelôs
há esgotos nômades e sarjetas ébrias abobadadas
há cloacas belas belos odres, libelos podres
no rosto ou cus atordoados dos edis corruptos
há eflúvios de ratos nas lâminas cônicas
e úmidas das bocas de lobo que cingem
intestinos da cidade amada (lar natal, útero exposto)
e há desejos de bocetas nos prostíbulos porvirem
(pois o futuro é noturno).
dedico este poema
aos empreendedores da náusea e do logro
(as duas forças do Brasil novo)
a chaminés do horizonte (fagulhas e cinzas de canaviais)
ao esmo
à saturação dos jasmins
e à corrupção total.
E à lâmpada de Aladim.
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