Sou o fim só o fim do começo?
A poesia de VCA cria sua própria
(e vária) forma. Rejeita fórmulas.
Únicas ou não.
Hermético (é vital) para quem tem fôlego
curto de imaginação. Rédea mole.
Ou é muito prático, detestando
qualquer abstração.
É poesia esquisita para quem chegue de perto
distante do sal.
É objeto vão (infinito) a poesia vital.
Dos fundos horizontes ascendem
músicas de ilhas antigas melodias
melodias náufragas ainda
de greda ocupam drásticas
fortalezas do ouvido
de fundos azuis vêm teus olhos
bebermorte dos meus e das rosas
doces extremos me empanaram a vida
gozos inúteis faliram o falo
negaram-me horizontes e mirras
agora cegas e sempre escuras (as rosas)
os mais ébrios lugares fugiram
ficou a sobriedade cansada do nadar andante
em forma de sombra ou barco
de esponjas negras e visões sem ventre.
O aroma das árvores
o meneio das nuvens
parecendo seios dispersos
sendo úberes brancos
garoas que os dedos amealham para o gozo
manhã pequena e selvagem
ainda se desnuda a meus olhos (hirtos de cansaços)
lacrados mas lascivos
as bodas do sol são de lágrimas
o campo pequeno (e leve) da água (calma)
torna-se estrépito de brasa e tempestade lusa
das flores pétalas parecem lágrimas
da lua sombra já é náufraga (luz pare buraco negro)
louco amuleto trago
do escombro da íris (para o azul branco da nuvem).