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O verbo desaparecer é humano.

Como sombra sonâmbula

corre em nossas veias, corroe

nossos espíritos ainda com carne.

 

Como nau milenar

o verbo desaparecer

singra nossas veias

sem parar até

que o êxtase morra

definhe o desejo de viver

e tudo se entregue ao escuro

de onde viemos à luz

flácida e provisória da vida

de um útero absurdo

a uma cova sem futuro

bruxelas sem confiança

Amsterdãs devolutos

não me tentam o poema.

 

Como velhas paredes

lugar de todos os geométricos carvões

dos muros brancos da vida

o grafite hínico escrito:

 

ser vais desaparecer

feito de carne sem perdão.

 

Murilo Gun

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