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Aspiro comunicar-me com a solidão

esse reduto – quase inacessível – do ser

onde te municias para a dor ou o amor.

 

(Essa terra de ninguém

                 ou ilha órfica

lugar ignoto do coração

chão de rebeldias e lampejos

antro de devassidão, púlpito

de onde a alma se lança aos céus

e o corpo bebe

dos solitários sais a imensidão).

 

                             Recife, 13/04/2003

  

Noite longa acata

sombras e máscaras

além de prostituta de prata

(que o ouro do desejo corrompe)

e orvalhos sutis que lua breve

eternize na taça.

 

 

 

 

 

 

 

Murilo Gun

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