A missão mais fútil do poeta
é lutar inutilmente com a palavra
mal amanhã reconheça.
Mal a ambiguidade se debruce
na página o poema recomeça
reconhecendo-se poema.
Se o relógio oscula
o paradoxo termina
o poema para
para que o tempo para
novo verbo
no berço da página
hospital sem coração
maternidade do sopro.
O que dá rumor ao verbo
é o sopro do demiurgo
siderurgiando o poema
no recesso imortal da lauda.
Sem fuga à batalha.