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            O código parnasiano (forma de fazer o poema), neorreparnasianado tornou-se velho, dialeticamente superado, mas não mudou, se manteve firme... e triunfante. Primitivo. Autoritário.

E quanto mais resistente mais rígido se torna. E se parou no tempo (anacrônico) não mais evoluiu, e se enrigeceu em sua carapaça para resistir ao tempo e seus embates. Daí, não permitir mínimas variações. O cavalo de batalha do soneto (ulissílico, em relação à cidadela da modernidade) é cada vez mais vencedor e entra e sai séculos e milênios continua vitorioso. E forte. Não se consentem elipses, lacunas, pés quebrados (só versos inteiros de sentido dado ou razoável ou completo). E verso de sentido prévio, completo não permite (não precisa), dispensa a  imaginação do leitor (que é passivo receptador daquele bem falsificado ou arbitrário. Metaforismo causa enjoos perigosos. Coisa complexa da tal poesia absoluta dá náusea, tédio de pensar.

            A poesia parnasiana não é autônoma, é dependente da bisbilhotice ou correição externa. É uma forma de conhecimento do si individual e social. Quando a poesia absoluta é autônoma, cria uma realidade nova e rejeita qualquer relação (referência) com o mundo vigente, agora, hoje, eternamente. 

 

Murilo Gun

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