O declinante tempo não apressa o poema
o verso virá do espaço da página
não das ilhas ridículas dos ritmos azuis
O declinante tempo não apressa o poema
o verso virá do espaço da página
não das ilhas ridículas dos ritmos azuis
Cântaros enterrados como profundos espelhos
portos sepultos como túmulos de água
cinzas soluçando sobre ossos de sombras
Teteu Innan deidade noturna
por alvoreceres velas
sono deitas entre turquesas
De pé meio prostrado começou o torneio
amestrando corcéis espumando caudalosamente
gozosos cavalos resfolegando glória lasciva e enlouquecidos.
Ao irmão Chorume
e a luzes das estrelas
que morreram há milhões de anos luz
Minha voz sal alevantando-se
lua de cócoras, pâncreas elevado
gerúndios dançando balés brancos
silva de adjetivos em trânsito
Nada explicado, tudo implícito.
Na implicitude está o real.
Absoluto que a poesia resvala.
a Maria Cristina Cavalcanti de Albuquerque
à célere barca das horas
nau errante que ancora
Quanto crueldade leva a luz
a iluminar a morte
declará-la como estipêndio
No local de crânios no Carpaccio
(sítio esquelético ou noturno)
e na fonte à direita de quem adente sóbrio