Senhora do labirinto, autora de meu destino
doadora da chaga e sofrimento da vida
ventre do qual vim egresso para trânsito do dia
Senhora do labirinto, autora de meu destino
doadora da chaga e sofrimento da vida
ventre do qual vim egresso para trânsito do dia
Paisagem de ulisses sonâmbulos
perdidos nos desvãos dos mares
distantes da ilha natal chorando
Ao brusco e sádico modo
de viver do século vinte
e agonizante busco
No fundo da mina improvável
diamante bruto que pulsa
como coração inocente.
O simulacro de Helena seguiu
a jusante do Escamandro
dez anos de sangue alvejaram
Desde que Rimbaud, com o demônio de seus sintagmas, chocou o pensamento lógico enlouquecido pelos “fósforos cantores”,
Há uma certa (ou incerta) confusão entre poema e poesia.
De amoníaco é o poema
É a taça conteúdo da alma sulforosa
continente do ouro espiritual
Palavras foram feitas para ocultarem
não para revelarem um pouco o nu das coisas.
Sou sorvo de pedra
aragem de abril sou
sol encoivarado