A íris selvagem, o rebelado fulgor
A volúpia do olhar incendiando o outro
Maduros cios habitando o seio
O torso do candelabro imerso
No incêndio do corpo, a chama pálida da alma
Iluminando o êxtase, a lâmina dos olhos
A navalha da carne (o sulco da noite suja escorrendo)
Abrindo as ébrias paisagens do gozo
Mamilo em riste, falo endoidecido
Do breve leito lençóis lascivos salpicados
Por úmidas estrelas de gozo
O céu das ancas (e o éden do púbis)
Me enlouquecendo, acendendo-me tão noturno
A nudez da água, o fogo voluptuoso
O ereto instante parco e supremo
A pequena morte atiçando os olhos
Coração disparado como vulcão hebraico.
(Estremece a mão, a tonta alma arfa
O alento corporal cresce, fruto que rebenta
Átomos bêbados da luz lascívia
Mordem-se como cães esfomeados: o amor).