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Qui, Abr

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O poema absoluto, em termos de significado, em face dos significantes que espalha na página, oferece, aos olhos leitores e à mente de quem os percorra, um movimento em ziguezague.

Daí serem sentidos fractalizáveis que rondem poema absoluto. As variadas e variáveis faces de significação do poema absoluto, de sentido ziguezagueante, ocupam um espaço hermenêutico especial, cuja característica é a proliferação de significantes imaginários estabelecendo um espectro de acasos de palavras no corpo da página, revelando assim alma poética essencial e absoluta.

Dado esse movimento verbal especial, se fixados os potenciais das palavras utilizadas pelo poeta, inclusive potencialidades sintáticas e semânticas, é possível conhecer o futuro do poema previamente. E é o que o poeta absoluto o faz, ao compor. Isso vale para qualquer poema que abrigue palavras, em forma de sintagmas com partículas de sentido variável. O potencial poético das palavras permite definir o futuro do poema a realizar.

As inúmeras variáveis e a pletora de potencialidades levantadas que condicionariam a composição e o sentido do objeto constituído por palavras em arranjo na página, denominado poema absoluto, são indemonstráveis considerando a realidade estabelecida, isto é, a condição retrógrada da poesia vigente, amplamente.

Esse grau de indemonstrabilidade complexiza o conjunto poema, porque impõe ou exige alto teor de imaginação hermenêutica ao leitor. Algo que o atemoriza e confude.

Essa situação do poema absoluto é reflexo do fato dele ser produto mais da imaginação do que da consciência. O grau de imaginário nele presente é alto e vital.

Ou seja, no poema absoluto, o acaso sobrepuja o dado.

Murilo Gun

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