Y las arañas tiendem
Sus caminhos de seda
Lorca
Aranhas ensinam
a lentos filósofos
intrincada história
de suas teias, gênese
de tênues geometrias
a pássaros ensinam
perene lamento dos aéreos teares
espessa canção dos tecidos
esculpem
com mãos do instinto
e fibras de saliva
pentágonos de tempo
nas finas geografias
de seu útero anverso
Também desovam
esfinges de seda, tecem
límpidos poliedros de vento
nos lassos ninhos dos vértices
elas ensinam aos homens
ciência da pelúcia e da paciência
aranhas elaboram
labirintos de veludo
e doidos arabescos
nas curvas tramas
de seu mundo animal
simulam universo, embalam
suas presas
com a seda da saliva.