Vês répteis amendoados
pele de cristal mortífero
asas metafísicas
a penugem das axilas
lábio de cicuta encarnada
rastejando nas selvas cínicas
tremulando na relva acrílica
bafejando chão das rinhas
sobre crótalo que aurora inaugura
garimpando átimo de silêncio
seixo escuro (e gerúndios)
do dorso do inóspito
extraindo o poema e a clareira
da palavra liberdade
mesmo que seja tarde (para a poesia).