(O FOGO DO LAR É A PALAVRA)
Entre o que estagne
e o que flua: o poema
(O FOGO DO LAR É A PALAVRA)
Entre o que estagne
e o que flua: o poema
Todo trabalho do poeta, toda
atividade poética (isto é, criadora
inovadora no sentido de sobrepairar
Emaranhados átomos
e suas órbitas labirínticas
incomensuráveis
Para herméticos amadores
ainda em busca de redenção parnasiana
(desse céu vencido, apagado, extinto, ultrapassado
Pendula hora
pera do tempo ondula
areia se precipita
Pretos cabelos (estrelas de negro cálcio)
como noite etíope
longas tranças
Ao tempo (areia e horária argila, seixo e instante)
em que resvala o pé.
Ao pó sucessor do caos
Quer sejam palavras naves
transportando sina ébria
de poetas e leitores indevassáveis
Estes ditames são férteis
de sincero chamamento
à consciência vital
Do pasto celeste vivem Deus e as estrelas
e da colheita de porcelana da alma os santos
(como D. Hélder Câmara e Dom Vital,