Já é tarde, menina
o vinho ainda dorme na adega
doído sono do meio-dia
Solitários cálices
e desejos amordaçados incendeiam
tardes e vinhas
Alastram-se infrutíferos
inimigos dos sentidos
o temor de amar
o tédio de viver
A fugacidade da vida
impele-nos ao amor urgente
antes que as horas cancelem
os desejos para sempre
(Vem, puella mea
acalentar quimeras
e ilusões trocá-las todas
por sensações momentâneas
sonhos eternos por volúpias passageiras!)