19
Dom, Maio

destaques
Typography
  • Smaller Small Medium Big Bigger
  • Default Helvetica Segoe Georgia Times

Se para Pitágoras tudo é número, o artista plástico Daniel Santiago, estudioso do matemático grego, vai na mesma esteira. 

Sob as lentes poéticas do recifense (nascido em Garanhuns, cidade da garoa e das rosas), ordinais fases fazem acrobacia e sua beleza gráfica forma a chamada  “arte futura”.  Para fazer uma ponte entre a riqueza poética dos números e os meros mortais, Daniel expõe em livro toda sua intimidade com a matemática. Ele sabe de coisas que até os mais enamorados com as contas, frações, somas e multiplicações desconhecem. Amante do livros-arte, o artista lança o Tabela-poética dos números íntimos( R$ 100), em evento marcado para às 19 h 30 de hoje, no Centro Cultural Vital Corrêa de Araújo .

O livro-objeto serve como uma obra de arte visual. O leitor folheia e viaja na aventura ali proposta. Nada de letras nos poemas. Apenas os chamados números íntimos. No caso, são aqueles que, mesmo quando virados de cabeça para baixo, continuam fazendo sentido. São eles: um, seis, oito e nove e suas infinitas possibilidades de combinações. Os poemas digitais de Daniel são uma “escavação” da origem dos números.

Quem explica é o poeta Vital Corrêa de Araújo, em um prefácio gostoso de ler. “Adentrando o hímen pitagórico e mucosas aritméticas com seu potente faro (ou falo?) de arte inusitado, beirando o delírio criador”, escreve Vital nas primeiras páginas da obra.

E para os que aceitam a aventura de se deliciar  com o “delírio danieliano” , Vital faz uma introdução aos significados dos números base das suas prosas numéricas. “ O numero um é o todo, primal, alicerce, o ombro de Deus (o alfa sem ômega) porque os números não têm fim, são infinitos”, conta. Não apenas o primeiro, como os demais ordinais íntimos também ganham definição. O seis, por exemplo, é simbolicamente puro. Afinal, o próprio Deus dos homens escolheu fazer o mundo em seis dias completos de trabalho. O oito, por sua vez, representa o recomeço. É só ler a História e ver que este ordinal representa o dia da ressureição de Cristo, e o oito, mesmo ao fazer ginástica e acabar deitado, simboliza o infinito. O nove, dantesco que só ele, é formado pelo três, três vezes três. Além do Recife, Daniel lança o livro em Fortaleza e São Paulo; se tudo der certo, a edição chega também a Londres, na Inglaterra. Afinal, a linguagem dos poemas é universal.

            Nota: Daniel Santiago é um dos maiores e melhores artistas plásticos da atualidade, a nível do Brasil e do mundo. Nasceu em Garanhuns e foi-se para Recife logo cedo. Esta crônica foi baseada em matéria do site do Jornal do Commercio.

Murilo Gun

Inscreva-se através do nosso serviço de assinatura de e-mail gratuito para receber notificações quando novas informações estiverem disponíveis.
 
Advertisement

REVISTAS E JORNAIS