Sobre horas debruçaram-se
Hostes do espaço estacionadas
Nos ombros Atlas
Das sacras fontes das mãos de Deus engendradas
Horas são martírios dos homens
Passam, levam-nos aos cães
Trazem as cãs (e o trânsito)
Deixam rastro sujo dos anos
Deus criou o tempo cárcere do espírito
Navalha (oca) infinita, rato rocambolesco
Arado incomensurável, trator incontido
Aparato de desespero, foice imortal sedenta
Coivara vândala lâmina certeira impiedosa
Para revolver o rosto do homem
Com soberba perícia retalha-lo
Contra todas as cosméticas
Reduzi-lo a náusea
Pó, lodo
Nada.