03
Dom, Ago

Uncategorised
Typography
  • Smaller Small Medium Big Bigger
  • Default Helvetica Segoe Georgia Times

Arrebatados meandros de seivas

zorros insanáveis de lumes alvos

luz ignorada em riste

vazios aflorando

a criação em pane

o ser vazado e probo

o fuso da musa

a adaga do gene

gumes que a sina afiada ou revolta assina

sedas substituindo céus resistindo

a hora de pensar os anjos

a angélica dor em expansão

a dilacerada loucura a postos

na impiedosa pena poética.

 

(Portas noturnas fechadas

o exílio da palavra segue

as vertentes do verbo morrem

o efêmero eco da seiva uiva).

Supero horizontes, leio no zodíaco

do tempo o rosto

o nome vaga

a selva freme

o ânimo soçobra e se debruça

sobre o ser revolto.

Enquanto a sombra prospera

dia reativa o dínamo.

 

As cinzas da certeza

nesse vaso reunidas

o som das rosas

nessa concha recolhido

o mar absoluto domado (ó Cecília)

a ebriedade do barco solta

às velas do futuro

o ser resignado ao limbo

mesmo poluto ... tudo

termina em poema?

{jcomments on}

Murilo Gun

REVISTAS E JORNAIS