Arrebatados meandros de seivas
zorros insanáveis de lumes alvos
luz ignorada em riste
vazios aflorando
a criação em pane
o ser vazado e probo
o fuso da musa
a adaga do gene
gumes que a sina afiada ou revolta assina
sedas substituindo céus resistindo
a hora de pensar os anjos
a angélica dor em expansão
a dilacerada loucura a postos
na impiedosa pena poética.
(Portas noturnas fechadas
o exílio da palavra segue
as vertentes do verbo morrem
o efêmero eco da seiva uiva).
Supero horizontes, leio no zodíaco
do tempo o rosto
o nome vaga
a selva freme
o ânimo soçobra e se debruça
sobre o ser revolto.
Enquanto a sombra prospera
dia reativa o dínamo.
As cinzas da certeza
nesse vaso reunidas
o som das rosas
nessa concha recolhido
o mar absoluto domado (ó Cecília)
a ebriedade do barco solta
às velas do futuro
o ser resignado ao limbo
mesmo poluto ... tudo
termina em poema?
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