O inacabamento (a fragmentação
polícroma e recrudescedora) do poema
é vital e decorre de que só se escreve
um poema (absoluto) que continua.
Só um e o mesmo outro poema.
O universo é (oco) um vazio
vazio positivamente carregado
espaços interatômicos
nele pululam como vírus.
(Se uma força espremesse
toda a matéria do mundo
de tal modo que rompesse
a órbita dos elétrons
e os concentrassem nos núcleos
a Terra se reduziria a uma laranja pera).
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