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Dom, Jun

destaques
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O ato de comprar é universal, metafísico, direto.

O ato de produção é ontológico.

Vende-se antimorte garantido

com seguro de vida póstuma.

Compram-se prato de lentilha

grão de mostarda, 30 moedas.

 

A universidade é anêmica, autista, pífia

endogâmica, reprovável e intestina (perfeita).

 

Modas o imperialismo homologa.

 

Vende-se futuro em hipermercados prévios.

 

Cultura é fugaz e dispensável.

 

Internet é democracia.

 

O marketing é a poética do nosso tempo.

 

O cânone vital da literatura brasileira é da VEJA.

(Best sellers à beça).

 

A pós-modernidade é companheira de viagem do mercado.

 

Instados a sofás assistimos às circunstâncias.

e o desfile de promoção das telinhas e telões.

 

Wall street derruba os muros da democracia.

As cotações envenenam o fim.

 

Mercado é autônomo. Independente de humores.

 

Literatura: passageira da agonia muda.

 

Pratique a arte de pisar em ovos

e votar em Aécio para perder.

 

A profundidade horizontal da triste

literatura pernambucana d’hoje faz nojo.

Personagens idiotas, vida exterior (e se

interior, interior da pele), memória pasteurizada.

Poema ensimesmado de ensimesmiçes

o futuro como nostalgia passada

o sexo como minúcia (o jogo circunstancial)

a misoginia em alta.

 

Conforme presidente de novo Partido da Mulher

este vem para defender o direito da mulher

brasileira dar prazer ao homem, alegrando

e limpando o motor para usupar o vício

ceifar o estresse e revigorar o macho.

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Murilo Gun

REVISTAS E JORNAIS