A edição princeps de minha obra incompleta
não saiu do prelo, ficou presa, imprensada
na moenda tinta. Prelos se desentenderam
editores enlouqueceram, o descontrole fluiu.
O prefácio atrasou, rasgaram o índice onomástico
(e VCA virou onanista sarcasta).
Roeram as dedicatórias, ruíram as epígrafes
morreram os líteros alicerces, o branco velório
escarneceu a tarde e morderam-se as páginas
cães gráficos de mandíbulas lautas e tintas.
A essência do poema saiu às pressas
(pressa que aniquila o verso) pelo ralo.
O olhar vazou o rosto...a máscara foi ao lixo.
A edição-príncipe gorou por culpa exata
dos prelos prosaicos e homens abastados
absortos em náuseas pontuais imersos
em bacias de usura puríssima .
Ao hímen entocástico
e ao delito literário.