A água ou não horária (o rio ou não cavalo)
solta-la para que não assolo a aura
(de lento), a sala intemporal da alma
Ata-la para que não assalte a pressa
(que aniquile o verso). Domá-la até...
...
Se há frio no corpo
não há frio na alma da palavra.
Ambos são cumplices do ser
e sempre se acasalam.
Cal e pátina não se fraturam
unguento e gozo se coadunam.
...
Carne do tempo
corpo da passagem.
Horas flutuando
no rio de pedra e sono
líquido trânsito, lírico antro.
Pois das correntes do tempo
vem o futuro das horas...
o rio leva ao futuro agora.
Tempo ósseo e de água.
Opluxo liberta a página.
A cárcere do tempo não se submete alma.
(Disse-o o miglior falso
ao discípulo exato e obstinado
ante obcecado e rigoroso horizonte
do verbo de livres asas).