Para Zizek, o superego que imperava na sociedade ocidental que pressionava pela qualidade das pessoas para ser bom cidadão, cumpridor, respeitador,
capaz de dar a vida pelo país, etc não existe mais, mudou. Aquilo não fume, beba ou diga palavra na vista do pai (mesmo que tenha 50 anos); peça a benção, não responda, não seja malcriado, respeite os mais velhos; preserve o hímen (morra mas não deixe que o arranquem, o hímen é um bem precioso, presente especial para seu marido, tipo sangria nupcial. Isso tudo, hoje acabou. O superego abrandou, deixou de ser autoritário, democratizou-se, é pós-moderno.
Nada de proibir desejos. Vamos, sim, incentivá-los, dispara o novo superego liberal, como o novo capitalismo.
Zizek acredita que isso é o reflexo de uma mudança da figura de um pai edípico, representando a autoridade, para um pai (superego) primitivo, obsceno, permissivo, cuja autoridade, na pós-modernidade, impõe não a norma mas sua transgressão.
Em resumo, para Zizek, a figura da autoridade edipiava não mais operava.
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