Vazio urra
silêncio empilha o pleno.
Um pêsame e dois prantos
o troco dos desencantos.
Todo o alumínio da alma
é inflexível, mas oxidável pelo ácido da carne.
Estilhaços do silêncio
despertam límpidos gritos.
Porque és infeliz
o mundo existe.
Aço do silêncio vence
ácido do ruído.
Eco cavo do mar sábios
búzios quebrou em dúzias de líquidos prismas.
Ciosas sereias em ânsias
de Ulisses afogam-se.
E as conchas do mar entristeceram
vendo amantes fugirem com seus medos.
Tantas vezes cântaros vá à fonte
esta logo seque.
São Luís lambia à luz do amor
escuras escrófulas dos servos.
Na babilônia fornecia-se ácido muriático
para quem sofresse de dor ciática.
Fêmur de sombra do rumor noturno
brilha como coivara no escuro.
Cão morde cauda de cometa
lambe sexo de galáxias.
Os ossos do inóspito.
Os músculos do hospício.
Revérberos bebiam diamantes
bailando nas lápides como bólidos.
Andorinhas pousavam no calendário
enquanto beija-flores sugam néctar do trânsito.
Até júbilo de toda carne
até fuga de todo júbilo.