Faço poemas porque acredito em Deus
sei que Ele é inacessível
como o rosto da minha poesia
e não tem face nenhuma
Faço poemas porque acredito em Deus
sei que Ele é inacessível
como o rosto da minha poesia
e não tem face nenhuma
a Perse
Arde jasmim, foges de mim
porque uivam figueiras
urzes tornam-se cinzas surdas
Preciso (é) demolir
toda decoração
com que o sentimentalismo infame
Lastro espúrio, estalão desmoronando
como areia desenraizada
tolo ouro olho da quilha avara
Arpa de abismos
solitários ventos dedilham.
A estrelas secretas do coração
De príncipes noite sonda insônia anual
espreita escombros azuis da pálpebra que descamba
sobre sono que não vela o olho.
Com base em fragmentos de um texto de 1915, procedo à reconstituição criativa abaixo.