a Rosa que morreu sozinha
A Rosa, rosa que jamais murcha
rosa que ressurge da tênue
cinza de um domingo.
Que caminha lenta pelo sábado à tarde
tarde que detém o tempo
por alguns ínfimos segundos
rosa que foi às tertúlias da lua
no outro lado, e não voltou a tempo
de saber que somos eternos em cada tarde
e que sob tenda dos sábados sabemos tudo.
Sabemos que rosa se foi, deixou a árvore
se desfolhou ao vento de Boa Viagem
canto atlântico onde ela singrava
nos mares da calçada
atravessada de ruas e das travessuras
de seu cigarro, companheiro e destino.