*Do árabe al-tannur, próximo ao étimo grego athanatos = imortal.
*De vidro (matéria primária mais adequada) para reter os espíritos sutis, voláteis e metálicos do composto filosófico.
*Toma às vezes forma alegórica de carvalho oco (carvalhoco), de um cavalo louco (cavalouco) ou de um vaso em forma de ovo (vasovo), isto é, vasoval. Ou de baleia em pé.
*Segundo Bachelard, atanor é centro de intimidades ígneas; nele opera a dialética do íntimo e do imenso, da água e do fogo (água ígnea, fogo líquido).
*Atanor simbólico calcina a alma, transmutando-a. Em mais que perfeito espírito.
*Atanor, retorta, pipeta, tampa, alambique, tubos de vidro, vasos (rosas) e outros recipientes são instrumentos vitais dos alquimistas, compondo estranha fauna, em que pelicanos (alambiques) são vizinhos das tartarugas (tampos) e das serpentes (tubos de vidro). Pescoço de emas, as pipetas.
*Esses instrumentos são modelados em analogia com processos genéticos e digestivos. O vaso que contém os ingredientes alquímicos é também uma matriz. Os bicos das retortas têm forma de pênis (chupados). As retortas (compridas)parecem as benditas rachas de mulheres. Certos recipientes têm forma de cópula. E o ouro filosófico tem forma de mamilo.
*A retorta é uma espécie de antro digestivo. Os tubos assemelham-se a esôfagos (pelos quais se introduz a matéria, antes dela cair no estômago (retorta). O atanor é o ventre. Aparenta meato uretral de coisas pós-humanas. Ou introito vaginal primitivo.
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